Estava um frio gélido na rua, eu encontrava-me dentro da cama, a olhar para o tecto branco e frio do meu quarto, a tentar arranjar razoes para me levantar da cama. Nunca as cheguei a encontrar. Era sexta feira, as aulas passaram relativamente rápido. Ao fim da tarde, saíra da escola á pressa, tinha combinada ir ao dentista com a minha mãe. Odiava aquelas consultas já não via a hora de tirar aquele maldito aparelho. Saí á pressa de lá, mas sem grande vontade, estava cansada, e ainda tinha de conseguir chegar a casa e virar morta viva em 3 minutos, pois a minha melhor amiga já me teria ligado 50x a dizer que estava em minha casa ás 8 para me ir buscar.
Cheguei ao local, e foi estranho, não por ser a noite de 31 de Outubro, onde nesta miserável terrinha lhe chamamos halloween, e não por a peruca da Mafalda ter caído varias vezes, foi aquela entrada, aquele lobisomen acorrentado, o mundo parou naquele preciso momento, tudo á minha volta parou, enfeitiçaram-me. Não sabia quem ele era, não sabia o nome, idade, nem cara, não sabia nada. Quando voltei á terra estava a ouvir Catarina a chamar-me para irmos para a sala do jantar, ainda estava abalada, mas entrei. Estava escuro, só existiam pequenas velas em cima da mesa, sentei-me no meio de um banco corrido, conversava com a Catarina, tentando-o encontrar no meio da escuridão. Nada, não sabia dele, não sabia do lobisomem do casaco da adidas, desisti de procurar. Depois de toda a gente ter comido, alguém estranho pegou no meu copo, eu olhei para cima, era ele, era o lobisomem, estava a olhar para mim, não sei a razão, mas estava, se calhar era por eu também estar a olhar fixamente para ele, aqueles olhos profundos, pensava que estava a sonhar. Quando dei por mim ele já tinha desaparecido no meio da multidão.
-"Bolas Catarina que parva, não podias ter ficado mais colada a ele pois não? Ao menos podias ter-lhe perguntado o nome. Porque que ele desaparece? Porque?"
Entre mil e um pensamentos, era hora da festa, e nós descemos.
Sentei-me no banco, não queria dançar, tinha vergonha, resignei-me a um canto a mandar sms. Voltei a velo, á minha frente, ali, Lindo, Perfeito.
-"Pára Catarina, estás a sonhar de mais, ele nunca irá reparar em ti."
Nada se passava, alem das pessoas á minha volta a dançar freneticamente, até que quase tinha um ataque quando ouvi uma voz grossa, mas meia cómica a dizer:Larga o telemóvel! Olhei para cima, era ele, ERA ELE!
-"Esquece Catarina, não te eludas"
Sorri, e voltei a olhar para o telemóvel, eles obrigaram-nos todos a ir dançar. Eu permanecia quieta de pé, a escrever mensagem, até que vi o meu querido telemóvel cor-de-rosa, desaparecer-me entre os dedos, foi ele. Corri atrás dele, até ele se fechar na casa de banho, meter la o numero dele, e dizer: Olha estou sem bateria, se quiseres manda mensagem.
-"Aiiiiiiiiiiiiii ele reparou em mim"
O resto é historia, dançamos, falamos, sorrimos, bastou uma semana para me apaixonar. Dia 7 de Novembro de 2008, eu encostei-me a ti, tu afagaste-me a cara e beijaste-me, como se não houvesse amanha. Dia 8 começamos a namorar.
Já lá vai quase um ano, eu agora tenho razoes para me levantar da cama. Eu amo-o, e preciso dele.
-"Amar faz as pessoas chegarem perto do céu, eu já chegei
ás estrelas." (: